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Banhos de sol diários obrigatórios

Servidor Público Federal

Como disse a camarada Rapper Feminista, se todos os brancos fossem negros, não haveria problemas no mundo. Para solucionar, então, todos eles, é mister que a população se banhe de sol diariamente.

Para que todos sejam obrigados a fazer isso, em busca da liberdade, serão demolidos todos os edifícios do país irrevogavelmente. Aqueles em que só negros habitam haverão de ser destruídos, também, pois há os negros que se misturam aos brancos e, muito caridosamente, daria-lhes abrigo. As árvores também têm de ser derrubadas, porque criam sombras desnecessárias onde alguns brancos, muito malandros e não desejosos de ter liberdade social, iriam se abrigar do sol.

Três semanas seriam suficientes: vinte e um dias de doze horas de contato direto com o sol. As roupas, obviamente, seriam todas confiscadas e queimadas, para um bronzear por igual de toda a população.

Depois dessas três semanas, a economia crescerá como jamais cresceu: a construção civil terá que contruir milhares de casinhas iguais umas às outras - ou uma única e gigante casa, onde todos os brasileiros morarão, para não haver diferença entre CEPs, o que seria desastroso para o comunismo perfeito que planejamos -, a engenharia florestal se desenvolverá de igual forma: todas as árvores derrubadas serão replantadas. E a indústria têxtil fará várias roupas iguais, uma para cada um dos habitantes do Brasil, homens e mulheres usarão o mesmo tipo de roupa. Obviamente, quando falo em "indústria", "engenharia" e "construção civil", me refiro a empresas do governo fazendo isso tudo - capitalistas tentariam lucrar com projeto tão filantrópico!

Outra medida a ser tomada para a realização das três semanas de sol é a planificação do território brasileiro. Elevações de terreno criam sombras, exatamente o que se quer excluir nesse projeto tão belo. Isso geraria uma atividade fortíssima das Empreiteiras Populares - empresa estatal a ser criada para esse fim justo.

Como já dizia Marx, a produção leva à redução da escassez e, depois de tanta produção, nada mais será escasso (a não ser o problema da desigualdade mamária, que temos que resolver de alguma forma). Com um mundo de abundância, será possível instituir o perfeito comunismo, além mesmo do que Marx desejava - ninguém será obrigado a fazer nada e todos terão direito a tudo (desde que igualmente, de forma bonita e ideal). Mesmo o "de cada um de acordo com sua capacidade e a cada um de acordo com sua necessidade" será suplantado. A frase correta será "de cada e a cada um de acordo com sua vontade"

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