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O direitismo descarado de Gilberto Kassab

Operário Sindicalizado

A mídia burguesa veicula:
O Partido Social Democrático (PSD), a "nova" sigla anunciada semana passada pelo prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, "não será de direita, não será de esquerda, nem de centro" e terá "um programa a favor do Brasil". A definição é do próprio Kassab, mentor intelectual e figura central da futura legenda e foi dada ontem de manhã, na primeira entrevista de um político transmitida pela rádio Estadão ESPN, que entrou no ar anteontem.
A classe trabalhadora lê tal disparate com estupor, visto que Kassab não é senão um dos maiores representantes da direita reacionária, detentora do capital e latifundiária deste país.

Temos que, contudo, interpretar a "notícia" com certo ceticismo, visto que foi publicada em redesítio pertencente ao capital. Então, é provável que a notícia contenha inverdades escritas com o puro intuito de beneficiar seus patrocinadores. Devemos, portanto, explorar as diversas possibilidades abertas pelo texto.

Supondo que o que o texto esteja dizendo seja verdade, o que é improvável, tal partido não será nem de esquerda, nem de direita, nem de centro, e também a favor do Brasil. Ou seja, é possível que ainda seja um partido de cima ou de baixo. Não pode ser um partido diagonal, porém, porque diagonais pendem para um certo lado.

Isso não passa, porém, de um jogo de espelhos da elite. Não há nenhum motivo pelo qual nosso debate político tenha que ser enquadrado nesse diagrama bidimensional. Em verdade, a classe operária clama por um discurso político mais plural, que se dê não apenas entre esquerda, direita, centro, cima e baixo, mas também entre partidos pertencentes ao eixo-Z, partidos de fundo e frente, e, por que não, é provável que um diagrama de quatro dimensões fosse o mais adequado à pluralidade dos discursos. Teríamos, quem sabe, um partido hipercúbico.

Devo salientar, porém, que nada disso é possível na nossa sociedade burguesa, pois o que hoje se chama de "direita" e "esquerda" não passam de facetas do capital, "extrema-direita" e "direita". Um debate aberto só seria possível com a coletivização dos meios de produção, como seria de se esperar.

Agora, supondo, como é certo, que o "jornal" esteja mentindo, a verdade nua e crua nos aparece clara como a água:

O partido de Kassab será ao mesmo tempo de direita, esquerda e centro, e também contra o Brasil.

Ora, o que mais poderíamos esperar?

Comentários

  1. Professor de História20:16

    Lágrimas revolucionárias escorrem pela minha face esquerda (e esquerdista) ao ler tão bem fundamentada opinião, uma opinião verdadeiramente popular. Camaradas, a revolução precisa que o Jornal Opinião Popular seja mais ativo do que tem sido nos últimos meses. Se o que falta é tempo, esqueçam as horas de sono! Lembrem-se da máxima revolucionária: "trabalharei ainda mais"! Só assim poderemos viver em um outro mundo possível.

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  2. De fato, a falta de empenho deste coletivo enoja o operariado. Camaradas, porém, não se preocupem, pois suas vozes são as nossas vozes, e se o proletário expressa nojo em relação a nosso desleixo para com a causa, nós também hemos de expressar nojo!

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